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Resenhas




~ Hey leitores (as) ~


Mensalmente publicarei resenhas referente ao Desafio Literário Skoob 2014 que participo. Espero que seja bom para mim e para vocês ! 

Bem, antes de mais nada quero me retratar pois mudei minha meta de leitura de janeiro, ao que vale "Livro que virou filme", de "Os miseráveis", para "O crime do padre Amaro", por motivo de tempo/quantidade de páginas. Vocês hão de convir que a diferença é gigante. Além do mais só estou publicando a resenha hoje, então perdão! Portanto capricharei na resenha. Vamos a ela:


"O crime do padre Amaro" - Eça de Queiroz



 ✰✰✰✰ - Bom 


Ao ponto de partida do livro fiquei encantada com a linguagem empregada ainda na edição que li, 100 anos após seu lançamento original, mantida com o mesmo rebuscamento "antiquado", que na época, claro, fazia - se atual. Só por esse detalhe, meus elogios só aumentaram.

Tratar de Eça de Queiroz é abrir um leque crítico, sarcástico e inteligente sobre a sociedade atuante tempos atrás, mas que se prestarmos bem atenção ao nosso redor, veremos o quanto ainda nos assemelhamos a ela. E tratar de padre Amaro é refletir de maneira ampla todo o clero com sua postura distorcida e hipócrita. Despertando até hoje ódios e amores. O fascinante é a nítida utilização de cada personagem como meros fantoches social para que os leitores sejam capazes de dar um rumo e o julgamento que achemos cabíveis. Até porque nenhum âmbito está livre de pecado, nem os que se dizem mais "santos".

Os desdobramentos acontecem sequencialmente e de forma leve, que no fim das contas acaba passando despercebido. Com nosso olhar muito mais permissivo do século XXI, passamos por refletir de maneira condescendente com certas atitudes pois estamos a par do pensamento, da motivação e da justificativa de cada "erro" cometido nas páginas desse livro. Desde o caso do Cônego Dias com a Senhora Joaneira até a recuperação rápida demais do padre Amaro depois de duas grandes perdas. Nesse intervalo somos apresentados a 'ns' situações de causar risos, angústia e compreensão.

O grande 'encontro divergente' dessa obra é a relação nada aceitável moralmente entre Amaro e Amélia. O pároco e a devota. Por trás das portas um homem e uma mulher e por entre os ensinamentos eclesiásticos a Totó até o quartinho de encontros as escondidas, dois amentes desesperadoramente apaixonados. Após o pecado culpa de ambos os lados, mas nada que afetasse o desejo já confesso.

E nessas cenas dignas de Eça de Queiroz, digna de atos falhos, logo humanos, nos deparamos com uma história instigante, a qual só larguei depois de lida por completa, um cenário perfeito para mostrar as "corrupções e depravações dos costumes". O que atrevo - me a dizer que de nada achei depravador. Observei sim, pessoas sedendo ao sentimento, a vontade e ao pecado de ser feliz.


Ah, obrigada Clara pelo empréstimo desse livro! 









Toda Poesia - Paulo Leminski
✰✰✰✰ - Muito Bom
♥ - Favoritei! 


Mestre. Mestre.Mestre. Fazer a leitura desse livro foi, além de uma realização por ser meta há algum tempo, representou a consumação de uma paixão por poesia, como fã de Fernando Pessoa além de Álvares de Azevedo, e agora, Paulo Leminski. 


Ao longo do livro, em toda brecha tinha opiniões e louvores ao poeta, a ponto de me deixar insegura e sem mais o que expressar sobre o quão fantástico é esse conjunto. 
A leitura é super leve e prazerosa. Comecei e terminei hoje mesmo, bem rapidinho.

Os pontos altos, sem dúvida são: a objetividade da mensagem. Tudo que deve ser exposto é comedido e simples, tão simples quanto respirar e tão necessário quanto; os jogos com as palavras que enchem os olhos e a alma de um frescor inusitado e nos prende como se uma piscadela de distração significasse toda a desconstrução do semântico; meias palavras. Costumo aderir ao pensamento de minha maior inspiração feminina literária, Clarice Lispector, de que nada valem as meias palavras, que meias verdades não me conquistam, nem meios amores me bastam. Porém, pela primeira vez repenso esse postura em relação a poética de Leminski. É possível observar vários cortes e recortes e remendos em seus escritos e isso não tira a maestria e beleza de nenhum deles, muito pelo contrário, os tornam únicos; a necessidade de conhecimento prévio. Para alguns, penso que esse detalhe será um obstáculo, em cada canto somos apresentados a  intertextualidade, a contextualidade e interligação com outros escritores, compositores e poetas. Para a compreensão redonda e completa, é necessário ter no mínimo uma ideia do que se trata, mas nada que atenção e coerência não dê conta.

Recomendo essa obra para os já conquistados pela poesia, e também para os recém conhecedores dela. Embarque nesse mundo magnifico, onde, segundo o próprio Paulo Leminski, não é preciso saber os porquês, não é preciso ter um motivo. Afinal, é poesia. Toda Poesia!


"Este livro de poemas é uma maravilha, porque os poemas do Leminski são muito sintéticos, muito concisos, muito rápidos, muito inspirados. Ele é um sujeito gozado. É um personagem muito único, no panorama da curtição de literatura no Brasil. Eu acho um barato. Leminski tem um clima/mistura de concretismo com beatnik. Que é muito legal. “Verdura” é um sonho. É genial. É um haikai da formação cultural brasileira. Deve ser instigante para os poetas do Brasil o aparecimento desses novos poetas todos. Leminski é um dos mais incríveis que apareceram."
- Caetano Veloso





Um 'xero' baiano para o Sul, e em especial Curitiba! #ValorizarLiteraturaNacional






Clicando [aqui] vocês encontrarão trechos do livro que mais gostei na minha conta SKOOB.


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